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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Israelenses e Palestinos recomeçam negociação com desconfiança

INTERNACIONAL
ORIENTE MÉDIO
Israelenses e Palestinos recomeçam negociação com desconfiança

As negociações de paz entre israelenses e palestinos recomeçam em clima de desconfiança e desacordo. Mas sob a expectativa de que o primeiro diálogo direto em 21 meses quebre o impasse e produza algum avanço.
Uma contagem regressiva marca a reunião de cúpula de hoje entre o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e Mahmoud Abbas, presidente palestino, no balneário egípcio de Sharm el Sheikh.
No dia 26 termina o prazo do congelamento imposto por Israel sobre a expansão de colônias judaicas nos territórios ocupados em 1967. Os palestinos ameaçam abandonar as negociações se a moratória não for mantida, o que Israel parece pouco inclinado a aceitar.
Uma tímida demonstração de flexibilidade do premiê israelense foi recebida com frieza pelos palestinos. Netanyahu disse no domingo que o congelamento poderá ser mantido parcialmente --contrariando boa parte do seu gabinete conservador, que defende a retomada das construções e sem satisfazer a liderança palestina.
Segundo Bibi, como o premiê é conhecido, Israel não retomará as obras em todas as 20 mil casas já aprovadas pelas autoridades na Cisjordânia, mas também não haverá "construção zero".
O veterano Nabil Shaath, um dos principais negociadores palestinos, não viu motivo para mudar de posição. "A não ser que haja um congelamento real da construção de assentamentos, não poderemos continuar com as negociações", disse Shaath.
Os jornais israelenses deram destaque a um suposto entendimento entre israelenses e os mediadores americanos em torno de um meio termo, no qual o congelamento seria mantido em princípio, apenas com a conclusão das obras já aprovadas.
Segundo um relatório do grupo israelense Paz Agora, estão nessa situação 2.066 casas, cuja construção deve ser retomada assim que terminar a moratória.
A pressão sobre Israel aumentou com o discurso de sexta-feira do presidente dos EUA, Barack Obama, em que contou ter pedido a Bibi que mantenha a suspensão das obras para dar uma chance às negociações. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, participará da cúpula de hoje. No dia seguinte, ela segue para Jerusalém.
Temendo que as negociações sejam totalmente dominadas pela contagem regressiva, Bibi quer colocar no topo da agenda a exigência de que os palestinos reconheçam Israel como o lar nacional dos judeus.
"Eu não ouço o outro lado dizer "dois Estados para duas nações". Eu escuto "dois Estados", mas não "duas nações"", disse Bibi.
Mas os palestinos já deixaram bem claro que não atenderão a exigência, alegando que o reconhecimento de Israel como Estado judeu colocaria em risco os árabes que vivem em Israel. O grande temor, no entanto, é que o gesto enfraqueça a demanda futura pelo direito de retorno e/ou reparação aos refugiados palestinos.

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